Estou morando em uma casinha em Koh Phangan, uma ilha no sul da Tailândia. É uma casa simples, bem no estilo tailandês. No mesmo lote, vive uma senhora com seu filho — eles são os donos da casa que estou alugando. A senhorinha, quase sem audição, não conseguiu entender quando perguntei seu nome em tailandês, com ajuda do Google Tradutor. Também não pôde ler a pergunta na tela do celular. Ainda assim, todos os dias, ela se comunica comigo.
Com um sorriso largo, gestos com as mãos e um olhar amoroso, ela me oferece algo que as palavras, sozinhas, não conseguiriam transmitir. Sem falar, ela faz questão de demonstrar que enxerga o meu ser e que me envia boas energias. Meu namorado, por meio de mímicas, sempre conversa com ela sobre o clima e num dia desses até a convenceu de ajudá-la a rastelar as folhas do quintal.
Isso me fez pensar nas múltiplas linguagens que existem para nos comunicarmos. A palavra é apenas uma delas. Nossa energia comunica. Nosso olhar. Nossa postura. Nossa presença. Nossa escuta ativa e atenciosa, sem pressa de responder o outro ou de fazer outra coisa, comunica e muito.
A Tailândia é conhecida como a Terra do Sorriso, e desde que cheguei aqui, tenho sido coberta por uma gentileza gratuita que não se vê tão facilmente por aí. Suspeito isso tenha a ver com o Budismo, já que 95% do país segue essa filosofia. Aqui, o respeito, a leveza e o amor estão impressos em cada atitude.
Essa experiência com a senhorinha me fez lembrar de quando meus pais me visitaram na Irlanda, na época em que eu vivia lá, e de como eles conseguiram se conectar profundamente com as crianças que eu cuidava, mesmo sem falar o mesmo idioma. Era incrível vê-los se entendendo por meio de gestos, olhares e sorrisos.
A linguagem do amor é a verdadeira linguagem universal. Não importa o idioma, a cultura, a idade ou as crenças — ela se manifesta até mesmo por quem ainda não aprendeu a falar. No fim das contas, o que deixamos no coração das pessoas importa mais do que qualquer palavra e revela muito sobre quem realmente somos.
Aproveitando o clima de fim de ano, é isso que desejo para o seu Natal e para todo o ano de 2025: muito amor, de dentro pra fora, na maneira como você trata a si mesmo(a) e nas marcas que você deixa por aí. ✨
Com amor,
Renata Stuart
Oi, Re! Estou acompanhando através do almas soltas! Fiquei fascinado com iha no último vídeo!